Recentemente, num dos encontros mensais do Círculo de Mulheres conversamos sobre nossos processos de transformação: como acontecem, o que causam, as dores e delícias… e foi tão lindo e inspirador que resolvi compartilhar um pouco aqui….
Transformar-se é morrer para aquela que eu fui para renascer outra, diferente, mais alinhada com aquela que desejo ser e, portanto, mais feliz! 🙂
Quando vem a vontade de mudar, ser diferente, por vezes, precisamos deixar situações, hábitos, pessoas talvez, e outras coisinhas para trás. Mas esse processo na maioria das vezes não é nada fácil.
Primeiro, com certeza vamos ter que enfrentar o processo de “rejeição” das pessoas ao nosso redor, que logo nos carimbam e dizem “nossa, mas como você não vai beber hoje!? Logo você?” ou então “ai ai ai, você sempre foi tão legal, agora está uma chata, fala não pra tudo!” ou ainda “você sempre gostou disso porque agora não gosta mais?”…. e por ai vai…
Essa “rejeição” é uma forma das pessoas tentarem fazer com que você fique onde estava pois esse é um terreno conhecido para elas e a dinâmica nos círculos de amigos, família, trabalho…. é como um jogo de xadrez, uma peça muda, tudo muda no jogo… e é disso que as pessoas têm medo – das mudanças – e daí resistem à transformação de qualquer pessoa ao redor.
Mas se você resistir bravamente, elas recuam, desistem e te aceitam do novo jeito. Aliás, aceitam não, gostam até mais de você na verdade. Pode acreditar! Todas no Círculo manifestaram ter vivido a mesma experiência nos seus processos de transformação. E as pessoas que de fato rejeitarem a mudança, e saírem da sua vida por isso, você vai perceber que nem fazem falta, na verdade… 🙂
Outra questão importante nesse tal processo de transformação é o apego, fruto do medo e da necessidade de segurança que carregamos, e que torna esse processo mais dolorido, extenso e penoso do que seria necessário.
Eu sempre digo ‘o medo não é um bom companheiro’. Então, sempre que se pegar sentindo medo, reflita a fundo, encare o medo detalhadamente na sua cabeça, percorra com todos os detalhes se perguntando qual é o medo? E depois da primeira resposta, se pergunte de novo qual é o medo? E depois da segunda e da terceira… Nesse processo você vai descortinando verdades que aparecem prontas na sua cabeça, crenças, falas da cultura, da família, da história vivida até aqui… e quase sempre vai perceber que esse medo não é seu de fato, não é real… é apenas algo instalado dentro de você!
Auto-observação e coragem. É só o que precisa. E nesse processo de se transformar vamos tomando gosto pela “brincadeira” e a vida fica mais gostosa, significativa, intensa, verdadeira…
Não custa nos lembrarmos que a lagarta não sabe que vai virar uma borboleta; para ela, o processo de transformação é a morte! Mas que sem graça seria se pelo medo da dor e da intensidade das nossas ‘pequenas mortes’ deixássemos de nos transformar na melhor versão ‘borboleta’ de nós mesmos, não?