Quem sou eu? Quais etiquetas eu uso para me apresentar? Sou mulher, psicoterapeuta, tenho 52 anos, mãe de um menino de 17 anos, moro em São Paulo, sou taurina com ascendente escorpião… Mas o que isso de fato diz a meu respeito? Minha história, minhas dores, meus amores…. as marcas que me constituem??
Tem uma sabedoria japonesa que diz que cada um de nós tem 3 caras: uma com a qual nos relacionamos com o mundo social, uma com a qual atuamos nas nossas relações mais próximas, íntimas, e uma com a qual nos relacionamos conosco mesmos. Aquele eu que sou quando ninguém me vê, quando não penso em ninguém mais que eu mesmo e a minha vontade mais profunda e secreta.
Sabe aquela versão secreta de nós mesmos, aquele eu que mora dentro de nós e que só nós conhecemos? Todos sentimos isso de uma forma ou de outra. Não? E se nos arriscássemos a colocar no mundo esse secreto eu? Como seria?
Já parou para pensar sobre o que nos impede de colocar esse secreto eu que somos no mundo? ‘Que louca sou de querer colocar no mundo aquilo que mais desejo e me motiva?’ Ora, ora, ora…
Autoconhecimento é um processo contínuo de desvendar essas diferentes caras de mim. Todas as partes que me compõe, como se manifestam, o que desejam, para onde me levam. E nessa busca vale tudo que me ajude a reconhecer alguma faceta de mim: terapia, astrologia, yoga, meditação, filosofia, acupuntura, grupos, silêncio, natureza, relações, sonhos….
E assim, processualmente, arriscadamente, vamos aprendendo a distinguir as diferentes caras de nós e manifestar de forma mais integrada esse eu que somos, indivisível em partes que nos reduzem a isso ou aquilo. Integrar as partes para ser inteiro, confortável na própria pele onde quer que estejamos.
Coragem é bem necessária sim, mas a alternativa é tão monótona, unilateral, sofrida… que vale a pena pelo menos tentar novas possibilidades de ser! Não?
Na minha vida o processo de autoconhecimento foi e é imperativo. Sempre me surpreendo com novos aspectos de mim que sequer tinha antes me dado conta… e outros tantos que já havia vislumbrado mas nunca tinha tido coragem de olhar mais de perto… E esse processo de conhecer a mim mesma e as partes que me compõem certamente me torna uma pessoa mais tranquila, esperançosa, paciente, perseverante, compassiva, centrada e amorosa. Principalmente comigo mesma, que é onde tudo começa!
Otimo texto!
Obrigada João! 🙂