Em meados de 2015 eu machuquei o joelho numa aula de dança; putz que coisa chata!! foi o que que senti. E sofri. Parei o pilates e comecei a fisioterapia. Tudo melhorou, mas quando praticava yoga voltava alguma dor.
Em meados de 2016, no meu primeiro retiro de yoga da caxemira, com Mariette Raina, a dor no joelho voltou com tudo, me atrapalhando um pouco. Numa sessão de perguntas e respostas, perguntei à Mariette se tinha algum exercício que ela poderia me dar para me ajudar com aquela dor no joelho. E a resposta foi mais ou menos assim ‘quem você pensa que é? Deus? Para querer que essa dor não esteja aí? Você não sabe porque ela está aí!…’, lágrimas rolaram sem dó.
Em meados de 2017 eu estive no retiro “Corpo inteiro, uma conquista”, no Vale do Matutu, com Adriana Ferreira, um trabalho absolutamente incrível de análise de sonhos, no corpo. E levei um sonho que tinha tido em outubro de 2016 e que ainda me impactava, mesmo depois de ter levado à minha sessão de terapia, onde trabalhei algum aspecto dele.
Ah, esse sonho, esses retiros, essa dor no joelho!! Os insights que tive fecharam um processo.
Já tinha entendido pela análise psicossomática – adoro a Cristina Cairo – que essa dor no joelho estava falando de um nó com algum aspecto do masculino. E nesse período estava mesmo trabalhando minha relação com meu pai, a quem eu via na iminência talvez de ir embora dessa vida e com quem eu não tinha ainda resolvido o que precisava resolver; eu sentia isso.
E me perguntava, ‘que parte você ainda não entendeu?’ Já sei que nada é por acaso, já entendi N aspectos pelos quais meu pai é meu pai, for goods and bads, e hoje já consigo agradecer por isso, então porque ainda não conseguia sentir amor verdadeiro por ele?
Voltando do retiro no Matutu, fui visitar meus pais, num domingo final de dia, antes de buscar meu filho no aeroporto, chegando de sampa; e contei pra eles sobre o retiro de sonhos, assim mais ou menos. De repente, meu pai fala, ‘já que você agora sabe tudo de sonho, porque você não me ajuda a analisar uns sonhos recorrentes que tenho tido??’
Muito surpresa, respondi, podemos tentar! A partir disso, conversamos por mais de 1 hora, sobre os sonhos dele – que analisamos e foi incrível esse processo também -, nossa história, as mágoas que eu ainda não tinha perdoado completamente, as coisas que eu e ele sentimos nesse processo todo de ser pai e filha. Lágrimas rolaram sem dó, cá e lá. E minha mãe, miraculosamente quieta ao longo de toda a conversa!
Senti amor pelo meu pai pela primeira vez na minha vida consciente! Amor de verdade. Quentinho.
Não sinto dor no joelho desde então. Juro. Claro que as duas sessões semanais de musculação estão ajudando, mas sei que não foi isso que mais pesou na melhora.
Essa parte da minha história é só mais uma gota na imensidão de possibilidades que a auto-observação e consciência de si trazem ao que chamo vida. Acredito, como ao ar que respiro, que absolutamente tudo acontece por uma razão maior e que levar a vida na brincadeira de encontrar os quebra-cabeças de nós mesmos é lindo demais!
Analu estou amando ler um pouco de você e como tudo acaba conectando de alguma forma em algo similar na minha vida.
que delícia ouvir isso!!! podíamos tanto falar mais né??