Essa é uma reflexão antiga para mim. Vivemos num momento da vida nesta porção do planeta, ocidental, capitalista, patriarcal e racionalista, no qual parecer é mais importante que ser. A forma é mais importante que o fundo.
Palavra e ação cada dia mais desconectadas. Uma forma polida para um conteúdo extremamente agressivo e ‘tá tudo bem’. Um conteúdo profundo, amoroso e verdadeiro, numa forma veemente, ‘não está tudo bem’; ‘foi agressivo’, ‘descontrolado’…
O simples confronto de ideias, que deveria e pode ser algo belo, profundo, verdadeiro, para nos ampliar possibilidades de pensar e ser, está praticamente proibido atualmente. Sócrates se nos visse, choraria.
E assim, cada dia mais calados, ensimesmados e enformados parecemos por algum tempo uma sociedade civilizada. Só que não né?
Mas como o que ‘está em cima é o que está embaixo’, o Céu nos presenteia com um ciclo astrológico e energético que que fecha um ciclo 800 anos na humanidade, com chamados de transformação e limpeza em Capricórnio, signo que nos fala do ‘dever ser’, do parecer ser, das estruturas de poder e dinheiro, do sistema capitalista, do patriarcado… nos dando a oportunidade de mudar o jogo entre forma e fundo.
Em Capricórnio estão, Saturno, planeta da responsabilidade, desde 2017; Plutão, planeta que quer trazer a sombra à consciência para transformar, desde 2008; Nodo Sul, ponto matemático da astrologia cármica que pede para limpar, soltar o que já não serve mais para nosso propósito evolutivo enquanto indivíduos e sociedade, desde 2018; e Júpiter, planeta que expande o que toca e que vai chegar daqui ali em Dezembro, vão fazendo seu trabalho no Céu, para nos ajudar a fazer o trabalho aqui na Terra.
Esse ciclo se encerra no final do ano que vem (exatamente dia 21/12/2020, dia do Solstício!), com o encontro entre Júpiter e Saturno no grau zero de Aquário! Estamos fechando o ciclo materialista de encontros entre Júpiter e Saturno (planetas sociais) em signos de Terra, que vem acontecendo há 200 anos, para iniciar um novo ciclo na leveza da energia mais mental e sutil dos signos de Ar. Começando por Aquário, que é o signo do amor Ágape, por tudo e todos.
Ou seja, estamos sendo chamados pelo Céu a transformar, na Terra, as formas, as estruturas de poder e de produção e de relação. Sair do materialismo, consumismo, individualismo… que são a forma para um mundo cujo fundo são injustiças sociais, infelicidade, violência e doenças de todos os tipos e naturezas que nos acometem enquanto indivíduos e sociedades.
Quando as formas caem os fundos se revelam. É o que estamos passando. É o que precisamos aprender.
Que a forma molda o fundo e tem sua extrema importância, é fato. Mas é o fundo que de fato importa. Quando temos um fundo que é bom, é belo, é justo, é humano, a forma podemos ir criando e lapidando cotidianamente.