Pensamos a vida desde antes, mas principalmente desde que Descartes nos convenceu do tal ‘Penso, logo existo’; e todo o mundo ocidental, capitalista, patriarcal, como o conhecemos, aí se fundamentou.
Pensar a vida nos trouxe a esse lugar de conhecimentos compartimentados, intelectualizados e fechados nas caixinhas de nossos cérebros e universidades e associações e grupos, separados em subgrupos, hierarquizados… cada vez mais guetos de pensamentos ou pseudo pensamentos, especializados, parciais, unilaterais…
Do trabalho pelo dinheiro. Do tempo como dinheiro. Da escola que não ensina a cuidar do corpo, da comida, da terra, da saúde, do corpo físico e mental, da sociedade, do compartilhar, das finanças, da construção, da arte, da beleza, do sentir… ensina a se encaixar nesse mundo aí…
Levei uma vida para me desfazer de uma das minhas mais fortes personas, que se moldou no mundo masculino, racional, ariano e estóico em que fui criada. Mundo do pensar. Que me levou ao ansiar constante por algum lugar de paz. Uma cabeça ‘fáustica’ que buscava respostas no pensar. Uma busca que não termina nunca.
A mente mente. O pensamento analisa, julga, discrimina, separa. Ajuda a entender o microcosmo mas atrapalha sentir o macrocosmo do qual fazemos parte fundamental.
Para mim a vida é sentir. Sentir no corpo o que aquilo que está na minha frente significa para mim. Sentir a vida no corpo enquanto ele fala e aponta os caminhos, decisões, saberes, percepções…
Sentir a intuição que sussurra na minha barriga. Sentir o amor e compaixão quando invadem meu peito. Sentir a angústia da desesperança na boca do estômago. Sentir a beleza da vida em cada poro da pele. Sentir.
Sentir a conexão entre os saberes, mesmas figuras de fundo em diferentes formas, espectros; espaços e vibrações energéticas diferentes para as mesmas verdades ditas, sempre e de novo, de novas maneiras ao redor dos ciclos.
Sentir as sincronicidades que acontecem nos instantes e escolher como Einstein. ‘Existem apenas dois modos de viver a vida: um é como se nada fosse milagre; o outro é como se tudo fosse um milagre. Eu acredito no último’.