Compromisso é um pacto, um acordo entre partes. E portanto fala de uma relação eu-outro. Quando me comprometo com alguém estou fazendo um pacto de estar nessa relação com a outra pessoa, construí-la juntos.
Construir uma relação demanda respeito em primeiro lugar, pois uma relação implica diferença. O outro só é o outro porque é diferente de mim, se não, não seria outro.
Aí que entra a necessidade do compromisso. Um pacto de respeito com a diferença de cada um. Respeito por mim e respeito pelo outro. Pelas minhas necessidades e vontades e pelas necessidades e vontades do outro.
Se para haver uma relação é preciso que haja um outro, diferente de mim, cada um nessa relação precisa ter a liberdade de ser quem se é, pois se não, de novo, não existirá o outro, mas apenas uma imagem projetada de mim, no outro.
Então é preciso um compromisso verdadeiro para dar ao outro a liberdade de ser quem se é.
Faz sentido para você como faz para mim?
Claro que não acho que seja fácil a proposta de uma relação compromissada e livre, sabe? Mas autoconhecimento e diálogo verdadeiro parecem ser um bom começo.
Autoconhecimento para sabermos quem somos e o que queremos, para não estarmos na relação com o outro de forma projetiva e reativa a partir das nossas feridas afetivas, ou dependentes e co-dependentes, esperando que o outro se responsabilize por nós, por nossa felicidade e ‘salvação’.
E a partir daí precisamos exercitar, e muito, nossa capacidade de diálogo. Ser capaz de dizer o que penso, sinto e quero. Ser capaz de ouvir o que outro precisa, pensa e sente. Encontrar pontos de encontro, de respeito, de partilha verdadeira.
Fecho essa reflexão com uma citação de Jung com a qual compartilho profundamente, pois é o que minha prática clínica e de autoconhecimento me mostrou: