Observo tantas vezes ‘as mesmas coisas’ – claro que não são as ‘mesmas’, mas são muito similares! – que, de vez em quando me dá muita vontade de mandar uns recadinhos coletivos como esse que vou mandar agora para os homens. Ou esse que mandei para as mulheres! 😉
Então, homens queridos do meu coração, vamos lá:
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Lembre-se que somos todos filhos do patriarcado. E se você não sabe exatamente o que isso quer dizer vou tentar te explicar em rápidas pinceladas, mas por favor, busque mais informação, tá? Há pouco mais de 3 mil anos, o patriarcado sucedeu um sistema de organização social anterior, que era matrilinear, onde homens e mulheres não exerciam poder uns sobre os outros; conviviam com suas diferenças e semelhanças de maneira horizontal e harmônica (simmm isso é possível!). Sob o patriarcado a mulher passou a ser tão propriedade do homem como suas terras e riquezas materiais. Tudo que dizia respeito ao feminino passou a ser considerado de valor inferior: a sensibilidade, a harmonia com a natureza, a compaixão, a flexibilidade, a espiritualidade… E gerações e gerações de mulheres cresceram sentindo-se MENOS. Entendeu?
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Portanto, lembre-que sua mulher, namorada, companheira ou aquela mulher que você conhece no Tinder ou Happn, é uma filha do patriarcado que guarda em si as feridas profundas de todas as mulheres da sua linhagem que vieram antes. Ler esse texto pode te ajudar a entender um pouco mais sobre isso. Feridas de amor, de valor, de autoestima. Por terem sido sempre desvalorizadas, descartadas, violadas, agredidas, submetidas…
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E isso faz com que MUITAS mulheres sejam carentes, inseguras, cheias de complexo de inferioridade e perfeição… e que ainda que estejam buscando a cura – e elas estão! nos consultórios de psicoterapia, por exemplo, elas estão em proporção infinitamente maior do que os homens – são feridas profundas e complexas e que exigem muito acolhimento e compreensão, para além do ‘jogo de sedução e poder’ que acontece em muitas relações. Tenha isso em mente e esteja disposto a fazer diferente dos que os outros homens da vida dessa mulher, na sua grande maioria, fizeram!
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É lindo se você sente que não continua replicando o comportamento machista e patriarcal com sua mulher, irmã, mãe, filha… mas ainda tem MUITOS homens que continuam fazendo e portanto continuamos a ser feridas, machucadas, agredidas e desvalorizadas cotidianamente. E isso sucks! Por isso muitas vezes reagimos com violência ou extrema braveza e vocês não entendem. Sinto muito. Estamos buscando nossa cura.
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E por mais que você sinta que não continua replicando o comportamento machista e patriarcal, please, give a second thougth! Reflita, repense… porque a cultura machista e patriarcal está tão arraigada em nós que muitas vezes ainda não temos consciência suficiente e precisamos nos curar. Todo dia. Trabalhar para que essa dor termine.
Por fim, lembre-se que você também tem energia Yin e que se não trabalhar as virtudes do feminino em você – e um bom e longevo relacionamento com uma mulher é um caminho maravilhoso para isso! -, você não vai participar integralmente de metade da beleza da vida, com profunda capacidade de contemplar, admirar, sentir, relaxar, conectar com a natureza e com sua espiritualidade mais profunda.
Que texto riquíssimo Ana, que faz refletir os fatores machistas dentro de mim também. Temos tanta dificuldade de encontrar esse feminino em nós…essa reconexão com a natureza, com algo mais intuitivo e misterioso que sempre é relatado em mulheres na mitologia.
Obrigada Fer querida! Simmm num mundo que privilegia tudo que é do masculino – o prático, rápido, objetivo, focado e assertivo… – é um desafio enorme encontrar espaço para desenvolvermos as qualidades do feminino, que exigem um tempo lento de observação e resposta, compor mais que competir, integrar mais que separar, sentir mais que analisar… mas essa busca é fundamental para todos nós, incluindo o planeta! que sigamos tentando! <3
Que ótimo Pri!! 🙂 Sabe que ontem estava conversando com uma amiga que também tem filho menino como eu e falamos exatamente sobre isso? Como em pleno século XXI não temos nas escolas um trabalho focado e eficaz para que as novas gerações compreendam diferentemente as questões de gênero e possam crescer com uma nova visão mais harmônica e feliz sobre as diferenças e belezas de cada forma de ser?? Enquanto isso, vamos tentando fazer a nossa parte com os nossos filhos, parceiros, irmãos, pais… né? Obrigada por estar aqui querida! Beijão
Esse texto merecia fazer parte do currículo escolar, da pre escola. Li para meu marido Gustavo, e rendeu reflexões, desabafos, e muito diálogo.