individualidade na relação a dois

Ôoooo conversinha complicada essa não?? Esse tem sido um tema recorrente no consultório e nas conversas informais com amigxs queridxs, por isso resolvi fazer aqui algumas reflexões.

Como faz para preservar a individualidade no relacionamento a dois? Como aceitar numa boa que o desejo do outro pode não ser o mesmo que o meu em alguns momentos? Qual é essa linha tênue que separa o meu desejo, o desejo do outro e o nosso encontro?

Eu penso que é uma questão de tomar consciência dos próprios desejos, limites, carências e pontos escuros, para então poder separar o que é meu, o que é do outro e o que é nosso. Mas como fazer isso?

Gosto de um jeito prático de olhar para as situações e refletir: quando a minha reação está diretamente relacionada a um comportamento do outro, que tenha sido desrespeitoso ou de pouco caso, que me chateou, devo colocar claramente os limites, de maneira que eu me sinta respeitado e valorizado. Quando meu sentimento é de alguma forma desproporcional ao comportamento do outro, objetivamente analisando, alerta: pode ser que pontos meus estejam invadindo a relação a dois.

Nessa hora, apenas ter consciência não basta. É preciso ter coragem para encarar o seu ponto de dor, de medo, de seja lá o que for, para não depositar sobre o outro expectativas que nunca poderão ser preenchidas, porque seja lá qual for o SEU ponto, só VOCÊ poderá dar conta dele. Nunca o outro.

Outra questão é que quando gostamos de alguém, parece surgir um sentimento de preenchimento, de quentinho, de acolhimento, que quando estamos sozinhos quase não acontece, infelizmente.. (mas esse é outro papo…)

E daí queremos que esse sentimento dure para sempre… e é aí é que mora o perigo! Podemos despejar no outro a responsabilidade por manter a quentinha sensação de preenchimento. E começam as expectativas e controles sobre como o outro deve ser – assim ou assado – para ser capaz de manter a sensação de preenchimento em nós. Ora, ora…

Mas tem um dia que esse alguém se interessa por algo que não tem nada a ver com o seu mundo e pelo que você não se interessa… hum… o que fazer? Respeitar, compreendendo que tem uma porção de individualidade em cada um de nós que se não puder ser compartilhada com o nosso alguém, pouco importa. Não acredito em relação à dois onde se possa compartilhar TUDO. Acredito que se possa compartilhar partes – por vezes até generosas – do nosso TUDO com algumas pessoas.

E o que compartilhamos é que deve ser a parte em foco, pois essa é a parte relação. A dois, a três, a quatro, em família…

inscrever-se
Notify of
0 Comentários
mais novos
mais velhos mais votados
feedback em linha
ver todos os comentários

posts relacionados

textos especiais nos equinócios e solstícios por email? Assine.

nunca compartilharemos seus dados

0
deixe seu comentáriox

sobre o blog

Esse blog nasceu de um constante mergulhar em mim mesma e no universo ao meu redor.

Traduzir em palavras os sentimentos que me atravessam me ajuda a organizá-los e refleti-los.

Perguntar-nos ‘Quem sou eu?’ é pra que estamos aqui! E eu espero te inspirar a explorar esse tema.

about the blog

This blog was born from the constant dive into myself and the universe around me.

To reflect into words the feelings that emerge, helping me to organize and translate them.

To ask ourselves ‘Who am I?’ is what we are here for! I hope this blog inspires you to explore it.