não acredito em terapia

acredito em processo terapêutico… que é lento, é longo e custa caro! Explico…

As transformações necessárias para que o Ego (nosso eu no mundo) abra espaço para o Self  (a alma que habita em nós) se manifestar, são lentas. Lentas porque exigem processos… de compreensão, de chorar as dores, de movimento, de coragem, de incorporar (fazer corpo) consciências adquiridas num longo processo de juntar pequenos mosaicos de percepção, que num certo momento fazem clic. E só então uma nova camada do Ego pode ser de fato retirada e um novo eu se apresentar para o mundo de maneira mais concreta. O tempo da consciência é lento. O automatismo é que tem depressa.

Longo porque leva tempo e espaço (energia) para que as experiências necessárias sejam percorridas até que essas pequenas luzes de consciência se façam, pouco a pouco. No processo lento e longo de um caminho feito em uma espiral infinita. Voltamos muitas vezes ao ‘mesmo ponto de consciência e experiência’ para que coloquemos mais luz sobre o complexo, ganhemos força de consciência para eventualmente nos transformar naquele ponto.

“O ser humano só muda quando a dor de viver é maior do que o medo da mudança”, disse Freud.

É preciso experienciar muitas vezes a dor de viver de tal ou qual maneira para nos convencermos de que o ‘preço a pagar’ para não viver mais essa dor é a coragem de mudar. Coragem de ‘se atirar no abismo’ de não saber quem será quando não for mais aquele que age de maneira que provoca tamanha dor em si mesmo – seja a boazinha, a carrancuda, o raivoso, o imóvel…

Coragem de encarar a dor de não saber quem será ‘depois da fábrica de salsicha’ e mesmo com muito medo, arriscar. Para não mais sofrer a dor de ser alguém no mundo que já não faz mais sentido para aquele eu mais verdadeiro que mora dentro de si. Mais do que um processo longo eu diria que é um processo contínuo e infinito o da observação de si mesmo e ampliação de consciência, de si e do todo.

Mover a energia psíquica entre inconsciente e consciente, para que possamos ser menos reféns e mais sujeitos de nossos destinos, é uma tarefa árdua. Custa muita desconstrução de dinâmicas estabelecidas em família, em sociedade, em relações. Custa relações. Custa status quo’s adquiridos. Custa amizades ‘de sempre’ porque já não são parte do universo do novo eu. Custa tempo e energia dedicados à tomar consciência de si e suas dinâmicas.

O dinheiro como representante simbólico desse papel tem uma importância fundamental. É preciso que se queira ‘pagar o preço’ fora para que a alquimia se faça dentro. O valor e prioridade que se dá ao processo terapêutico vão fazer toda diferença. Ainda que o valor monetário possa ser completamente diferente entre um e outro de nós.

Custa caro trilhar um caminho para poder dizer, como Jung, ‘minha vida é a história de um inconsciente que se realizou’. Custa caro ser livre para ser o Cisne que se é!

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sobre o blog

Esse blog nasceu de um constante mergulhar em mim mesma e no universo ao meu redor.

Traduzir em palavras os sentimentos que me atravessam me ajuda a organizá-los e refleti-los.

Perguntar-nos ‘Quem sou eu?’ é pra que estamos aqui! E eu espero te inspirar a explorar esse tema.

about the blog

This blog was born from the constant dive into myself and the universe around me.

To reflect into words the feelings that emerge, helping me to organize and translate them.

To ask ourselves ‘Who am I?’ is what we are here for! I hope this blog inspires you to explore it.